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Cenário da Logística Internacional

Empresas que atuam no Comércio Exterior estão habituadas a desafios relacionados à cadeia logística internacional, devido a sanções econômicas, a condições climáticas adversas, a conflitos bélicos, greves, entre outros. Ultimamente, estes eventos têm colocado em polvorosa as exportações e importações de muitos países e provocado o colapso dos principais portos mundiais. Esta combinação de fatores gerou uma das maiores crises logísticas das últimas décadas, mostrando a fragilidade das cadeias de suprimentos a nível global, já que o modal marítimo movimenta cerca de 90% do total de mercadorias transportadas entre as nações.
A estiagem no Canal do Panamá, responsável pela travessia das cargas da Ásia à Europa (e vice-versa), gerou longas filas de navios que precisavam aguardar a sua passagem, devido ao baixo nível de água no canal, reduzindo a operação do mesmo a 50%.
Os ataques dos “Houthis” às embarcações no Mar Vermelho fizeram com que muitas companhias marítimas alterassem suas rotas, deixando de navegar pelo Canal de Suez (Egito) e aumentando de 10 a 15 dias o seu trajeto, contornando o Cabo da Boa Esperança, no continente africano.
Na guerra da Rússia com a Ucrânia, houve o bloqueio russo de portos ucranianos no Mar Negro, além do embargo econômico à Rússia, resultando em novas alterações significativas na logística internacional.
Além do aumento no custo das viagens marítimas gerando aumento dos valores de fretes, também houve imenso congestionamento nos portos de destino, ocasionando uma escassez generalizada de contêineres vazios, que sobravam em alguns portos e faltavam em outros. Não deixando de mencionar os danos ao meio-ambiente, através do incremento da emissão de gases de efeito estufa, devido ao maior consumo de combustíveis com as rotas mais longas.
Na tentativa de manter os clientes e as linhas de produção abastecidas, muitos importadores e exportadores optaram por enviar suas mercadorias via aérea, encarecendo seus custos. Como muitas cargas migraram para este modal, houve acúmulo de cargas nos aeroportos, gerando longas esperas por voos.
É perceptível que a situação no modal aéreo praticamente normalizou, com exceção das importações em trânsito aduaneiro devido à greve da Receita Federal. Já no modal marítimo, os efeitos dos fenômenos citados acima ainda repercutem, seja com a alteração da frequência das escalas nos portos ou com a alteração de rota das principais companhias marítimas, fazendo com que alguns navios deixem de atracar em alguns portos e com que as cargas deixem de embarcar de acordo com a programação inicial, podendo ocasionar lacunas de abastecimento junto às empresas.
Desta forma, as empresas buscam alternativas para minimizar os problemas causados por estas crises climáticas e geopolíticas, por exemplo, adequando os seus planejamentos e níveis de estoques a esta nova realidade, antecipando e/ou incrementando os seus volumes de importações/exportações.
A Hassmann S.A. já vem trabalhando na linha de frente com seus parceiros logísticos a fim de seus clientes perceberem o mínimo possível os impactos destes desafios da logística mundial. Além de buscarmos a redução de custos na cadeia logística, também nos preocupamos com a questão ambiental, utilizando transportes multimodais, que emitem menos poluentes.
Andréia C. Strehl Dambrós
Coordenadora de Exportação da Hassmann S.A